Ficha de leitura nº 3

Referência Bibliográfica: GUERRA, Isabel Carvalho (2002). Fundamentos e processos de uma sociologia da ação: o planeamento em Ciências Sociais. 2.ª ed. Cascais : Principia. A construção de projetos de intervenção, p. 162-174

Palavras-chave:Objetivos; Estratégias; Finalidades; Planificação.

Breve resumo do texto: O presente texto tem como principal objetivo dar a conhecer as fases relacionadas com os “Objetivos e estratégias de acção” e com a “Elaboração do plano de acção”, da construção de projetos de intervenção.

Desenvolvimento: O presente texto contextualiza e desenvolve uma das principais etapas no desenho de um projecto, a definição de objectivos e estratégias de acção. Após elaborado o diagnóstico e definidas as necessidades de intervenção é necessário definir os objectivos a atingir. Deste modo, dentro da definição dos objectivos é importante ter em conta: as finalidades – razão de ser de um projecto e contribuição que este poderá trazer aos problemas e às situações que se torna necessário transformar; os objectivos gerais – grandes orientações para as acções em concordância com as finalidades do projecto, descrevendo as grandes linhas de trabalho que deverão ser seguidas e os objectivos específicos – exprimem os resultados que se esperam atingir e detalham os objectivos gerais, funcionando como a sua operacionalização.

Quanto ao planeamento e às estratégias de intervenção, nesta fase é necessário ter em conta como se atinge os objectivos definidos a priori. Desta forma, surgem os conceitos de planeamento estratégico e estratégia importantes para a compreensão desta temática. O planeamento estratégico, define-se como um conjunto de procedimentos que tem em vista gerir a mudança-socioeconómica em situações de incerteza e competitividade, através de escolhas que contribuem para um futuro melhor das organizações.

Em relação ao conceito de estratégia, é mencionado pela autora “num projeto de intervenção a estratégia não é o acto de guerra, mas um processo que quer ver vencida uma dificuldade utilizando os recursos existentes, ou seja, maximizando as potencialidades e reduzindo as fragilidades” (p.167). Existem dois tipos de estratégias, as globais e as operacionais, consoante as dimensões da intervenção. Ainda em relação às estratégias, é referido pela autora, que estas devem ser elaboradas tendo em conta as seguintes fases: estabelecimento dos critérios de concepção das estratégias; enumeração das modificações necessárias; esboço das estratégias potenciais; escolha das mais realizáveis; descrição detalhada das estratégias escolhidas; estimativa dos custos; avaliação da adequação dos recursos futuros e revisão das estratégias e dos objectivos.

Outra das etapas que diz respeito à realização de um projecto é elaboração do plano de ação. Nesta fase, o plano de actividades descreve de forma detalhada e sistemática o que se pretende fazer, quando se pretende fazer, quem será encarregue das várias tarefas e quais os recursos que são necessários. No entanto, esta planificação deve ter um carácter flexível, podendo ser sujeita a alterações. A organização desse plano de acção deve ter como base as seguintes questões: Porque é que isto deve ser feito?; O que deve ser feito?; Onde deve ser feito?; Quando deve ser feito? e Como deve ser feito?. Relativamente às suas componentes, estas deverão ser as seguintes: Identificação do programa; Definição da actividade; Definição das tarefas que decorrem dessa acção; Definição dos responsáveis pela concretização dessas acções e tarefas; Recursos necessários e o calendário. Um plano de acção não contém apenas actividades e tarefas, mas também vários elementos que levam a cabo as várias actividades, nomeadamente: o plano de actividades; o plano de avaliação e o plano de pesquisa-acção.

Reflexão crítica: Este texto aborda, na minha opinião, os elementos fundamentais para a construção de um projeto de investigação de sucesso. Mais uma vez se verifica que, tal como nos anteriores, a sua leitura constituiu uma mais-valia para o aprofundamento dos conhecimentos acerca desta temática. Alguns já adquiridos anteriormente e outros que novos que passámos a adquirir. 

Para realizar um projecto é preciso ler e ter em conta este tipo de bibliografia, onde encontramos conceitos-chave, ensinamentos acerca das etapas, de como pôr em prática, como fazer. Apesar de abordado em diversos textos, tanto nesta disciplina como noutras por nós já frequentadas, não é demais ler e reler para lembrar alguns conceitos que já se encontram apagados na memória. Mais uma vez se verifica que, com a leitura deste tipo de textos se torna mais fácil e menos complexa a aplicação e o desenvolvimento do nosso projecto. 

"Escrever é uma maneira de falar sem ser interrompido." (Jules Renard)