Desenvolvimento Profissional Docente

“O conceito de desenvolvimento profissional docente tem vindo a modificar-se durante a última década, sendo essa mudança motivada pela evolução da compreensão de como se produzem os processos de aprender e ensinar” (Marcelo, 2009).

A disciplina de Formação de Professores, frequentada no 2º ano da licenciatura, deu-nos a conhecer e a aprender temáticas bastante interessantes dentro da área da Educação e da Profissão Docente. O tema do desenvolvimento profissional foi uma das temáticas muitas vezes abordadas nesta disciplina. Os textos do autor Marcelo, foram sugeridos pelo professor e desenvolvidos por nós em algumas aulas. Deste modo, sendo que foi um tema pelo qual me interesso achei pertinente fazer uma reflexão temática acerca do mesmo.

O desenvolvimento profissional caracteriza-se, segundo muitos autores, como um conceito polissémico, complexo e multidimensional. Existem outros conceitos como formação permanente, formação contínua, formação em serviço, aprendizagem ao longo da vida, entre outros, que são usados com frequência. Porém, o conceito de desenvolvimento profissional docente é aquele que melhor se adapta à acepção do professor como um profissional de ensino. O autor Rudduck (1991) define o desenvolvimento profissional do professor como uma capacidade de este manter a curiosidade acerca de uma turma, identificar interesses significativos no processo de ensino e aprendizagem, assim como valorizar e procurar o diálogo com os seus colegas como um factor de apoio. Tanto concepções mais antigas como as mais actuais consideram-no como um processo que pode ser individual ou colectivo, que decorre através de experiências de diversa natureza, tanto formal como informal, contextualizadas na escola. O presente conceito inclui todas as experiências de aprendizagem naturais, planificadas e conscientes e caracteriza-se como uma oportunidade de aprendizagem que promove a capacidade criativa e reflexiva do professor. Segundo Marcelo (2009), este conceito pode ser entendido em função de duas perspectiva/duas agendas: aspecto descritivo do processo de desenvolvimento profissional ou interrogação das formas de como pode ser feito o desenvolvimento profissional.

O processo de desenvolvimento profissional apresenta três características básicas: Intencional – não se improvisa, mas é conduzido para a obtenção de certos efeitos que são valiosos e que podem ser avaliados; Evolutivo – exige que os professores ao longo da sua carreira docente façam um investimento no seu desenvolvimento profissional; e por fim Sistémico – Inclui não só aspectos pessoais ou individuais, mas entende que os esforços de desenvolvimento dos docentes devem ser vistos em torno do desenvolvimento organizacional, cultural e social da escola (Marcelo, 2009).

No que diz respeito às características de um bom programa de desenvolvimento profissional, estas são: professores como elemento fundamental na aprendizagem; processo educativo incluído a outros membros da comunidade; oportunidade para que os professores desenvolvam competências; promoção da melhoria contínua da escola; organização como um plano coerente a longo prazo; e por fim avaliação tendo em conta a eficácia docente e a aprendizagem dos docentes.

A qualidade do desenvolvimento profissional é determinada segundo alguns elementos, são eles: o Conteúdo – o teor do desenvolvimento profissional relacionado com o conhecimento, habilidades e compreensão da disciplina, conhecimento da forma como os estudantes aprendem; o Processo – o sistema do desenvolvimento profissional vinculado não só nas actividades que se desenvolvem mas também na forma como se planificam, desenrolam e têm continuidade; e por fim o Contexto – encadeamento do desenvolvimento profissional, implicando a organização, o sistema e a cultura em que este se leva a cabo.

O desenvolvimento profissional docente necessita adoptar critérios que acreditem a sua qualidade. A qualidade não é apenas demonstrada pelo grau de satisfação dos seus usuários, mas sim pelo seu projecto, o seu desenvolvimento e pela sua análise das consequências e repercussões que o desenvolvimento profissional poderá vir a ter na melhoria das aprendizagens dos próprios professores e dos alunos das escolas onde se inserem. No caso de se verificar uma melhoria nas práticas dos professores e no seu trabalho directo com a escola e os alunos, não existirá melhor elemento avaliativo do desenvolvimento do docente.

Referências Bibliográficas:

• Marcelo (2009) Avaliação e desenvolvimento profissional;
• Marcelo, C. (2009). La evaluacion del desarrollo profesional docente: de la cantidad a la calidade. Revista Brasileira de Formação de Professores, 1 (1), pp.43-70.

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